Em velocidades baixas, pilotamos girando o guidão para onde desejamos ir. Mas em velocidades mais altas, fazemos o oposto:
# Giramos o guidão um pouco, para o lado oposto ao que queremos ir.
# A moto se inclina para o lado que queremos ir, sozinha.
# Acompanhamos o movimento da moto e fazemos a curva normalmente.
Isto é o contra-esterço. É girar o guidão para o lado 'errado' para que a moto vá para o lado 'certo'. O contra-esterço é mais perceptível em velocidades de 30 Km/h para cima.
Nós já o utilizamos inconscientemente, ao fazermos as curvas. Já faz parte da pilotagem do dia-a-dia, provavelmente. Este efeito pode ser visto em terra firme, com a moto parada.
# Com a moto na vertical, vire o guidão para um lado até o batente.
# A moto não tenta 'cair' para o lado contrário?
O mesmo vale para qualquer velocidade. A única diferença sendo, quanto mais rápido a moto estiver indo, maior vai ser a intensidade do contra-esterço.
Vá praticar na rua o contra esterço. Note que você precisa virar o guidão bem menos com a moto em movimento, para obter o mesmo efeito da moto parada.

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Contra-esterço a Arte de Fazer Curvas
Ao fazer uma curva, em velocidade relativamente alta - numa estrada, por exemplo - você força o guidão da moto para o lado de "dentro" ou para o lado de "fora da curva"? Esse é uma pergunta que o piloto francês Hilária Damiron, atualmente radicado no Brasil, sempre fazia quando era instrutor de pilotagem avançada na escola de campeão Dominique Sarron, na França.

Segundo Hilaire, a maioria dos alunos fica surpreso ao saber que a resposta correta é "empurrar" o guidão no sentido contrário ao da curva, ou seja para "fora". Essa manobra é chamada "contra-esterço". Ele explica que a maioria o faz inconscientemente, pois esta é uma reação natural ao efeito giroscópico das rodas. O efeito giroscóspico surge em velocidade superior a 35 km/h e se torna mais intenso quando maior for a velocidade. É um fenômeno físico criado pelo movimento giratório das rodas da moto. Sua tendência é mantê-la em pé e rodando em linha reta enquanto existir movimento e velocidade.

A curvatura externa existente nos pneus de motos, também ajuda quando o piloto realiza o "contra-esterço", eliminando a tendência de a moto se manter em linha reta, forçando-a a inclinar-se e "deitar" para o lado de "dentro" da curva. Mas isso somente funciona quando a velocidade é superior a 35 km/h, dependendo do tipo de moto e do tamanho de suas rodas, já que quando maior for esse diâmetro maior o efeito giroscópico. Em velocidades inferiores a 35 km/h as motos reagem como uma bicicleta.


Ao forçar levemente o guidão para o lado contrário ao da curva, o piloto facilita o controle da moto, equilibrando as forças que atuam sobre ela. Parece contraditório, mas o "contra-esterço" serve para ajustar a moto à velocidade e ao raio da curva, podendo fazê-la "deitar" mais ou menos, conforme a necessidade. Quando mais força de contra-esterço o piloto aplicar sobre o guidão, mais a moto deitará e fechará a curva. A manobra é importantíssima para quem pilota em alta velocidade, mas também extremamente útil em situações normais.

+ É na hora de fazer a curva que se conhece o bom piloto, já que nas retas exige-se pouca habilidade. E cada estilo e tamanho de moto apresenta um limite diferente quando o assunto é curva.

Fazer uma curva também envolve física, pois duas forças básicas atuam na moto. A da gravidade (peso da moto e a do piloto) que com a moto inclinada, a comprime contra o chão. E a força centrífuga que, devido a velocidade "empurra" a moto para fora da curva. Essas duas forças agem sobre a suspensão e os pneus . É do equilíbrio entre elas e da aderências dos pneus à superfície que depende uma curva bem feita.

Quanto maior e mais pesada a moto, mais ela sofrerá com a força centrífuga. O mesmo ocorre com a velocidade: quanto mais rápido mais se sente o efeito da força centrífuga. Tem mais: quanto mais fechada a curva, maior será a ação da força centrífuga.

+ A arte de fazer a curva.


O segredo de uma curva bem feita é reduzir a velocidade antes de "entrar" - se for necessário frear, use os freios dianteiro e traseiro ao mesmo tempo, antes da curva- inclinar a moto e corpo de acordo com necessidade, manter aceleração constante e só aumentar a aceleração depois de terminada a curva.


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Contra -Esterço, Efeito Giroscópico, Domínio Nas Curvas.

Segure no eixo da roda. Gire a roda com força.Tente inclinar.




Queridos alunos e amigos leitores.

Já explicamos em artigos anteriores algumas características humanas e mecânicas (ciclística da moto) que facilitam, ou dificultam, a realizar curvas com a moto. No artigo Afinal, Qual É O Limite? Até Quanto Você Pode Inclinar Sua Moto Nas Curvas? conhecemos os limites de inclinação que cada modelo de moto pode proporcionar. Mas, ainda assim, a moto insiste em ficar de pé, andar em linha reta e dificultar a inclinação. Por que isso acontece? É por causa do EFEITO GIROSCÓPIO das rodas(veja post neste blog sobre a influência do efeito giroscópico das rodas) . Isto é, quanto maior a velocidade de giro (rodagem) e também maior o tamanho das rodas, maior será a dificuldade de inclinar. A moto insiste em ficar em linha reta. Quando se realiza uma manobra em baixa velocidade, com os pés no chão, como em sair de sua garagem, por exemplo, a influência giroscópica das rodas não é percebida. Mas ao atingir velocidades maiores já se torna perceptível uma tendência da moto não inclinar quando precisa. O que fazer? Muitos pilotos dizem que precisa “jogar o corpo”, ou mesmo fazer força com as pernas nas pedaleiras para forçar a moto inclinar. Tente fazer isso sem virar (esterçar) o guidão. A moto não inclina! A moto não fará a curva! Então, para neutralizar esse Efeito Giroscópio que mesmo fazendo toda força do corpo para inclinar e a moto não inclina, vamos esterçar virar, mexer para a direita ou esquerda o guidão para que sua moto faça a curva. Simples, não é? Nem tanto.
Quando a manobra com a moto é feita em velocidades pequenas, onde a exigência da curva é feita com a moto quase parada, esterçar o guidão para a direita a trajetória da curva é feita para a direita; quando para a esquerda, a moto vai para a esquerda. É óbvio! Mas... Vamos aumentar a velocidade. Tente, agora, virar o guidão para a esquerda. A moto vai para o lado contrário ao esterço do guidão. Agora tente virar o guidão para a direita. A moto inclina para a esquerda.  Esse efeito é chamado de CONTRA-ESTERÇO. Tenho certeza que você já faz isso e não percebe, pois é natural à ciclística da moto. Mas não é natural para os instintos humanos. É preciso treinar para reconhecer essa manobra no mínimo curiosa.  Mas para começar a treinar vamos dividir a explicação do CONTRA-ESTERÇO em duas formas:
Roda dianteira no mesmo sentido da curva. Contra-esterço natural.

1-  Da forma natural:quando em curvas de médias e altas velocidades a moto “pede” para o piloto contra esterçar.  O condutor consegue sentir o guidão virar para o lado contrário da curva de uma forma natural;
2- Da forma forçada:quando o piloto contra esterça dando força no guidão, com o propósito de inclinar e desviar rápido de obstáculos, como sair de buracos ou mesmo, em altas velocidades, inclinar para manter a trajetória da curva. Faça você mesmo. Pilote sua moto a 30 ou 40 km/h em linha reta. Empurre o guidão para o lado  direito, a moto vai para o lado esquerdo. Agora puxe o guidão para o lado esquerdo, ela vai para a direita. Mas CUIDADO em altas velocidades! Nesta forma forçada a moto inclina com muita rapidez. Sendo assim, conheça bem os limites de inclinação que sua moto possui para que não ultrapasse o limite de segurança dos pneus (borda de ataque, limite da borracha na lateral do pneu).
Contra-esterço forçado. Controle em derrapagens.
O Efeito Giroscópio será, então, neutralizado com o movimento de esterçar, ou melhor, contra esterçar o guidão nas curvas. Mas não se apegue que a moto só está contra esterçando se a roda frontal estiver virada para o lado oposto da inclinação. Em certas situações a roda está na mesma direção da inclinação da curva, de uma Forma Natural, como em desvios onde não há a necessidade de muita inclinação.  Em outras situações, como em competições de moto velocidade ou motard, já é bem visível a Forma Forçada do contra-esterço. Consegue-se ver a roda virada para o lado contrário da curva. 
De fato, chegamos à conclusão que, esterçando ou contra esterçando o guidão, moto foi feita para fazer curvas. 
Amigos, é muito bom compartilhar experiências. Cora Coralina já dizia: " Feliz aquele que compartilha o que sabe e aprende com o que ensina". 
Abraços a todos.